quarta-feira, 29 de junho de 2011

Dorian Gray ...

Sempre fico renitente quando um livro que me marcou é adaptado para o cinema. Apesar de excelentes trabalhos que se vão fazendo aqui e ali, nada se compara a imaginarmos as personagens, "sentirmos" os cheiros, sonharmos com lugares e paisagens de sonho e nos identificarmos com a história sempre que desfolhamos as folhas de um livro. Quando essa história se traduz em imagens, perde-se a magia, como quando passamos horas a fazer um bolo e na hora de comer...fica aquém da foto da revista de culinária. Como se algo em mim morresse e o livro de certa forma desvanecesse de emoção.Talvez por anteriores decepções (As horas, Os miseráveis, O senhor dos anéis, As palavras que nunca te direi,etc) levei algum tempo a ganhar coragem para ver o filme "Dorian Gray", baseado no livro "O Retrato de Dorian Gray". Li o livro há uns 20 anos, numa fase em que devorei Oscar Wilde e amei de paixão. A versão então publicada tinha sido alvo de censura e foram cortadas algumas passagens consideradas controversas para a época,tais como a homossexualidade, a promiscuidade e a decandência da sociedade vitoriana, mas já dava para um coquetel de emoções. A história tem como argumento principal a busca da eterna juventude e os fins que nem sempre justificam os meios.
Vi o filme na semana passada apesar de andar ali a tentar-me há uns 2 meses. Finalmente ganhei coragem. O actor é jeitoso sim senhor, um belo pedaço de mau caminho, a história faz jus ao livro mas e há sempre uma mas...continuo a ter um carinho especial pelo livro, pelos cheiros e minha cabeça doida.
Por isso estou desejosa que seja publicado cá no burgo o novo livro " O Retrato de Dorian Gray - edição completa e sem censura ” que foi publicado recentemente na terra de sua majestade. O livro inclui, pela primeira vez, todas as passagens censuradas, assim como comentários extensos e ilustrações do editor Nicholas Frankel.
Assim como piri-piri e tudo...até vai saber melhor!

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